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quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Agenda para o fim do mundo Lols !



06:30 - Início do Fim
07:00 - Chuva de meteoritos
08:30 - Chegada da primeira tsunami
10:00 - Boas vindas dos OVNI's
10:30 - OVNI's dançando Gangnam Style em flashmob
11:36 - Início da Destruição
12:00 - Eclipse e alinhamento de todos os planetas do sistema solar
12:00 a 14:00 - pausa para almoço
14:15 - Inversão dos Pólos Magnéticos da Terra
15:00 - Super Aquecimento Global
16:30 - Início da Aniquilação dos Terráqueos
17:00 - Show de Lady Gaga
18:00 - Revelação dos Terráqueos Alienígenas
19:00 - Resgate de prisioneiros da área 51 e de Varginha
20:00 - Re-abertura do túnel São Tomé Das Letras/ Machu Picchu
21:30 - Aproximação do planeta Nibiru
22:30 - Revelação de amigo secreto dos UFO's
23:00 - A zumbizera vai andando para frente, a zumbizera vai andando para trás... ♪ ♫
23:30 - Fim do Mundo

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Veja enfrenta onda de protestos por chamar Niemeyer de ‘idiota’

  “Enquanto a mídia de todo o mundo exaltou o arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer, um dos principais colunistas da revista 'Veja', Reinaldo Azevedo, publicou um post com o seguinte título: “Morre Oscar Niemeyer, metade gênio e metade idiota”. Não demorou para que uma onda de protestos corresse a internet e apontasse os 100% de idiotice da revista 'Veja' e de Reinaldo Azevedo. O pior é que Azevedo não parou por aí.

Por Carla Santos

  O perfeito idiota não se contentou em atacar Oscar Niemeyer -- um dos maiores gênios que o mundo já produziu -- apenas por um dia. Na sexta-feira (7), ele voltou à carga para argumentar mais sobre a "metade idiota" de Niemeyer.
  Segue o primeiro parágrafo de Reinaldo Azevedo para justificar a “metade idiota” de Niemeyer: “A metade idiota de Niemeyer colaborou com os narcoterroristas das FARC, chamava de ‘líder fantástico’ o assassino de 40 milhões; via no tirano Hugo Chávez um grande homem e justificava todos os crimes de Fidel. Bem pensados, sua genialidade ocupava apenas um terço do seu caráter... Se eu tiver de voltar ao assunto, reduzo para um quarto... Ou: ‘Idoso de esquerda tem problema’”.
  Em resposta, os protestos aumentaram, especialmente no Facebook. “Quando morre um grande homem, é uma chance única para pequenos idiotas. Para abrir espaço e ganhar efêmera notoriedade, basta achincalhar o grande homem que morreu. Ainda que isso seja imoral e aético, assegura aos idiotas de plantão seus quinze minutos de fama. É isso que vejo na imprensa brasileira hoje: oportunistas tentando diminuir a extraordinária trajetória de Oscar Niemeyer. Não convidados à festa litúrgica do reconhecimento e da admiração, tentam ascender, ainda que pela porta dos fundos, ao espaço privilegiado que Niemeyer conquistou em mais de um século de talento e ousadia”, protestou o internauta Antonio Veronese.
  “Essa revista representa exatamente o setor da sociedade que sempre viu o país como uma colônia, querendo apenas sugar suas riquezas ou vendê-las para os imperialistas. É uma elite deslumbrada pela aristocracia europeia, tão estúpida que reverencia somente o que vem de fora, enquanto os próprios europeus reconhecem a importância de um homem como Niemeyer e de outros brasileiros que a 'Veja' faz questão de cuspir em cima”, comentou Ivan De Angelis.

  UM COMUNISTA

  Tanto ódio tem um motivo claro, como bem identificou o navegante José Luís Zasso: “mas ser chamado de idiota pelo Reinaldo Azevedo/'Veja' não deixa de ser um bom reconhecimento público. Eu me surpreenderia se a 'Veja' o chamasse de ‘camarada’. Eric Hobsbawn, o maior historiador do século 20 foi chamado de ‘idiota moral’ pela mesma 'Veja'. Assim como Niemeyer, era comunista”.
  O mais triste de todo o episódio é que, ao se folhear a revista, o que muito se vê são anúncios de empresas públicas estatais. Até quando o governo federal ajudará a sustentar veículos como esse? E o marco regulatório da mídia, continuará na gaveta?
  Que o Brasil ouça o apelo que vem da Argentina, que a presidenta daqui se inspire na presidenta de lá e faça valer o direito à comunicação, este bem tão precioso a qualquer nação que se considere verdadeiramente soberana, democrática e representativa.”

FONTE: escrito por Carla Santos no portal “Vermelho” (http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=200860&id_secao=1).

domingo, 9 de dezembro de 2012

O que foi a Ku Klux Klan? Ela ainda existe?


  A Ku Klux Klan (KKK) foi uma organização racista secreta que nasceu no final do século 19 nos Estados Unidos. Ela foi fundada em 1866, no Tennessee, como um clube social que reunia veteranos confederados, ou seja, soldados que haviam lutado pelos estados do Sul, o lado derrotado, na Guerra Civil Americana (1861-1865). As duas palavras iniciais do nome da organização, "Ku Klux", aparentemente vêm da palavra grega kyklos, que significa "círculo". Já o termo "Klan" teria sido acrescentado para dar melhor sonoridade à expressão, além de fazer uma referência aos velhos clãs, grupos familiares tradicionais. Muito mais do que um clube, a KKK se transformou numa entidade de resistência à política liberal imposta pelos estados do Norte após a Guerra Civil, que assegurava, entre outras coisas, que a abolição da escravatura fosse mesmo cumprida. Na defesa da manutenção da supremacia branca no país, o grupo promovia atos de violência e intimidação contra os negros libertados.
  Seus militantes adotaram capuzes brancos e roupões fantasmagóricos para esconder a identidade e assustar as vítimas. A partir de 1870, o governo americano decidiu enfrentar a organização e, em 1882, a Suprema Corte do país declarou inconstitucional a existência da KKK. "Ela parecia ter desaparecido durante os últimos anos da década de 1880, mas foi revivida em meados do século 20", diz a historiadora e jornalista americana Patsy Sims, da Universidade de Pittsburgh. A nova KKK foi criada em 1915, no estado da Geórgia, e não era mais movida apenas pelo ódio contra os negros. Sua doutrina misturava agora nacionalismo e xenofobia a um sentimento romântico de nostalgia pelo "velho Sul". "Durante essa reencarnação, a KKK tinha como alvos de sua violência os imigrantes, além de católicos, judeus e negros", afirma Patsy. Uma cruz em chamas se tornou o símbolo da nova organização, que chegou a ter 4 milhões de membros.
  Após a Grande Depressão dos anos 30, porém, ela perdeu força novamente, apesar de ter voltado à ativa na década de 60, durante os movimentos pelos direitos civis, que defendiam a igualdade racial nos Estados Unidos. No fim dos anos 70, grupos anti-Klan deram o golpe final na organização ao atingir o bolso dos líderes racistas, exigindo nos tribunais grandes indenizações para vítimas de seus atos violentos. "Embora a Ku Klux Klan ainda exista, sua força hoje é pequena. A maioria dos militantes radicais aderiu a grupos ainda mais violentos de defesa da supremacia branca, como a Nação Ariana e outras organizações ligadas ao neonazismo", afirma Patsy.

Nota: Antes que haja dúvida, declaro que considero repugnante o comportamento da KKK, e de qualquer outra entidade ou pessoa que pratique ou incentive qualquer forma de preconceito e xenofobismo.

sábado, 24 de novembro de 2012

Pode estar acabando o chocolate no mundo !


Aproveite enquanto é tempo
Fato: a demanda por chocolate é muito maior que a quantidade de cacau cultivada no planeta. O mundo por trás das barrinhas deliciosas que compramos na padaria, no supermercado e até na drogaria da esquina está crise. Séria.
A começar pela própria planta, que não cresce em qualquer lugar, apenas em regiões quentes que estejam entre os 10 graus de latitude ao norte e ao sul do Equador. Outro problema grande é que, apesar de países como o Brasil e México também plantarem cacau, as três nações que lideram a produção sofrem com guerras-civis e desastres naturais: os africanos Costa do Marfim (líder na produção de cacau, 46% de sua população possui até 14 anos) e Gana (2º maior produtor da fruta, a expectativa de vida é de 56 anos) e a Indonésia (atingido pelo Tsunami de 2004) na Oceania.
Além de problemas externos à plantação de cacau em si, há os agravantes estruturais: o solo nesta região da África está empobrecido e os trabalhadores das fazendas recebem apenas 3 centavos de dólar por cada barra de 60 centavos vendida na Inglaterra. O cultivo de cacau é difícil e não compensa por tão pouco salário: as árvores eventualmente morrem e, para escapar das pragas que mataram as árvores, é preciso mudar-se para outra área de floresta, plantar novos cacaueiros e esperar cinco anos até que frutifiquem. Devastação á vista.
Os filhos dos trabalhadores das fazendas de cacau estão desestimulados a seguir a profissão dos pais – não sem razão – e têm migrado continuamente para as cidades em busca de melhores empregos e condições de vida. Quem fica, acaba por mudar de ramo e cultivar plantas mais rentáveis, como a palma, utilizada para fabricação de biocombustíveis.
Quer mais? O número de apreciadores de chocolate está crescendo, devido à expansão de mercado para países onde tradicionalmente não se consome chocolate: Índia e China – os dois países mais populosos do mundo.
Como lidar com tudo isso e evitar a extinção total do chocolate?
Pesquisadores estão desenvolvendo cacaueiros que consigam crescer em regiões mais frias e iniciativas para aumentar o pagamento dos produtores de cacau também estão feitas, mas ainda de forma tímida.
É possível “salvar” o chocolate, mas isso vai encarecer o seu preço até ele voltar a ser uma iguaria como era na época do descobrimento da América: para poucos, a preço de ouro.

(Superinteressante)

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Filtro Solar - Pedro Bial



Senhoras e senhores da turma de 2003:
Filtro solar!
Nunca deixem de usar o filtro solar
Se eu pudesse dar só uma dica sobre o futuro seria esta:
Usem o filtro solar!
Os benefícios a longo prazo
Do uso de filtro solar estão provados
E comprovados pela ciência
Já o resto de meus conselhos
Não tem outra base confiável
Além de minha própria experiência errante
Mas agora eu vou compartilhar
Esses conselhos com vocês...
Aproveite bem, o máximo que puder, o poder e a beleza da juventude.
Ou, então, esquece...
Você nunca vai entender mesmo o poder e a beleza da juventude até que tenham se apagado.
Mas pode crer, daqui a vinte anos você vai evocar as suas fotos
E perceber de um jeito que você nem desconfia, hoje em dia, quantas, tantas alternativas se escancaravam a sua frente
E como você realmente tava com tudo encima
Você não tá gordo, ou gorda
Não se preocupe com o futuro.
Ou então preocupe-se, se quiser, mas saiba que preocupação
É tão eficaz quanto mascar chiclete
Para tentar resolver uma equação de álgebra.
As encrencas de verdade da sua vida tendem a vir de coisas que nunca passaram pela sua cabeça preocupada
E te pegam no ponto fraco às 4 da tarde de um terça-feira modorrenta
Todo dia, enfrente pelo menos uma coisa que te meta medo de verdade.
Cante.
Não seja leviano com o coração dos outros.
Não ature gente de coração leviano.
Use fio dental.
Não perca tempo com inveja.
Às vezes se está por cima,
Às vezes por baixo.
A peleja é longa e, no fim,
É só você contra você mesmo.
Não esqueça os elogios que receber.
Esqueça as ofensas.
Se conseguir isso, me ensine.
Guarde as antigas cartas de amor.
Jogue fora os extratos bancários velhos.
Estique-se.
Não se sinta culpado por não saber o que fazer da vida.
As pessoas mais interessantes que eu conheço não sabiam,
Aos 22, o que queriam fazer da vida.
Alguns dos quarentões mais interessantes que conheço ainda não sabem.
Tome bastante cálcio.
Seja cuidadoso com os joelhos.
Você vai sentir falta deles.
Talvez você case, talvez não.
Talvez tenha filhos, talvez não.
Talvez se divorcie aos 40, talvez dance ciranda em suas bodas de diamante.
Faça o que fizer, não se auto congratule demais, nem seja severo demais com você.
As Suas escolhas tem sempre metade das chances de dar certo, é assim pra todo mundo.
Desfrute de seu corpo, use-o de toda maneira que puder, mesmo!
Não tenha medo do seu corpo ou do que as outras pessoas possam achar dele
É o mais incrível instrumento que você jamais vai possuir.
Dance! Mesmo que não tenha aonde além de seu próprio quarto.
Leia as instruções, mesmo que não vá segui-las depois.
Não leia revistas de beleza, elas só vão fazer você se achar feio!

Dedique-se a conhecer os seus pais.
É impossível prever quando eles terão ido embora, de vez.
Seja legal com seus irmãos. Eles são a melhor ponte com o seu passado
E possivelmente quem vai sempre mesmo te apoiar no futuro.
Entenda que amigos vão e vem, mas nunca abra mão de uns poucos e bons.
Esforce-se de verdade pra diminuir as distâncias geográficas e de estilos de vida.
Porque quanto mais velho você ficar, mais você vai precisar das pessoas que conheceu quando jovem
More uma vez em Nova York, mas vá embora antes de endurecer.
More uma vez no Havaí, mas se mande antes de amolecer.
Viaje.
Aceite certas verdades inescapáveis: os preços vão subir, os políticos vão saracotear, você, também, vai envelhecer.
E quando isso acontecer..
Você vai fantasiar que quando era jovem os preços eram razuáveis,
Os políticos eram decentes
E as crinanças respeitavam os mais velhos.
Respeite os mais velhos. E não espere que ninguém segure a sua barra.
Talvez você arrume uma boa aposentadoria privada,
Talvez case com um bom partido, mas não esqueça que um dos dois pode de repente acabar.
Não mexa demais nos cabelos, senão quando você chegar aos 40, vai aparentar 85.
Cuidado com os conselhos que comprar,
Mas seja paciente com aqueles que os oferecem.
Conselho é uma forma de nostalgia.
Compartilhar conselhos é um jeito de pescar o passado do lixo, esfregá-lo,
Repintar as partes feias e reciclar tudo por mais do que vale.
Mas no filtro solar, acredite!

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

O que é a obsolescência programada ?


  Você sabe o que é Obsolescência Programada? Claro que sabe! Lembra daquele guarda chuva que você acabou de comprar e já quebrou? Sabe aquele computador que já ficou ultrapassado? E então o celular que você comprou a pouco tempo e já parece estar fora de moda? Viu! Você sabe muito bem o que é Obsolescência Programada. Mas para reforçar o conceito, segue abaixo uma definição:
  “Obsolescência programada é o nome dado à vida curta de um bem ou produto projetado de forma que sua durabilidade ou funcionamento se dê apenas por um período reduzido.” (Fonte: Wikipédia)
  Na prática podemos dizer que Obsolescência Programada é um desrespeito com o consumidor, com o planeta e com a economia. Pois nos faz comprar o que não precisamos para alimentar uma pseudo economia sustentável. Não pense você que esse tema é algo novo. Não, não… é um estratégia que surgiu em 1920 e teve o seu estopim em 1929 – lembrou de algo? Sim, a crise de 1929 ou também conhecida como a Grande Depressão, foi o pior momento econômico de todo o século XX. E para “tapar” o buraco a Matrix (leia-se o sistema capitalista) teve a grande ideia de criar uma fórmula mágica para acabar com o desemprego e miséria. Alguém parou e pensou:
  Se todos os produtos tivessem uma vida útil menor, logo as pessoas precisariam consumir mais. É sabido que o consumo gera emprego e emprego alimenta o crédito e faz a economia girar.
  E foi assim que tudo começou, uma medida que “salvou” a economia da época e que se tornou um problema para o planeta nos dias de hoje. Pense! Se você troca de celular uma vez por ano significa que você é um produtor de lixo tecnológico. Já ouviu aquele bordão “As coisas não duram mais como antigamente”? Pois então. Não duram mesmo, pois não foram feitas para durarem. Mas esse não é o único vilão, pois algumas coisas duram e nós que as descartamos. Hoje temos diversas formas de obsolescência, são elas:

 • Obsolescência Programada: é aquela onde o fabricante, bem sacana, desenvolve um produto para que quebre depois de um certo tempo de uso. Exemplos já comprovados: impressoras e lâmpadas (veja o documentário ao final do post).

 • Obsolescência Percebida: essa tem como maior culpada a Propaganda. Pois, nesse caso, sentimos a necessidade de comprar um novo produto, mesmo que o nosso produto atual atenda a todas as nossas necessidades fundamentais. Esse é o caso dos smartphones onde o fabricantes inovam muito pouco e fazem barulho na mídia reinventando a roda.

  • Obsolescência Funcional: essa aqui pode ser legítima ou induzida. Ou seja, é legítima quando uma tecnologia é descoberta e você decide por comprar um produto mais moderno. E julgo induzida para o caso dos computadores que avançam de forma que as peças novas não sejam compatíveis com as antigas e você tenha sempre que comprar um computador novo.

  Conclusão: esse sistema é falho pois nos induz ao consumismo desacerbado e contribui para criarmos lixo tecnológico, tóxico e de todos os tipos. Esse problema já é bem grave em países da África, que recebem pilhas de lixo diariamente. É um caso típico de empurrar a sujeira para debaixo do tapete. Por isso, faço um apelo a você leitor. Pense bem antes de sair comprando produtos por modismo. Tenha discernimento na hora de comprar e privilegie empresas que fabricam produtos duráveis (pesquise avaliações de usuários no Google, nada melhor do que a opinião de quem já utilizou o produto). Seja consciente pois se você alimentar esse sistema além de o planeta ser prejudicado você terá que ficar gastando a sua grana comprando produtos novos sempre. E não é nenhum segredo que os fabricantes, muitas vezes, já possuem uma tecnologia nova, porém esperam a gente comprar a velha para depois lançar a nova e a gente comprar de novo.

Sinta-se em casa para discutir o tema abaixo nos comentários!

sábado, 10 de novembro de 2012

A internet nos torna mais inteligentes ou mais burros?

 

  Será que o acesso constante à internet vai tornar os jovens de hoje mais brilhantes ou mais burros? Uma nova enquete de opinião descobriu que os especialistas em tecnologia acreditam que a resposta é “todas as alternativas anteriores”.
  De acordo com a nova pesquisa, que incluiu 1.021 especialistas e críticos de tecnologia, a hiperconectividade é uma boa mistura. 50% dos entrevistados concordaram que a internet é um local que estimula vários talentos e a habilidade de encontrar informação de relevância online. Mas 42% acredita que a hiperconectividade deixa o cérebro raso, com uma dependência da internet e dos serviços móveis.
“Períodos de atenção curta, resultado de interações rápidas, vão vir em detrimento do foco nos problemas maiores, e provavelmente vamos ver uma estagnação em muitas áreas: tecnologia, e até elementos sociais, como a literatura”, afirma Alvaro Retana, da HP. “As pessoas que vão liderar o avanço serão as que conseguirem se desconectar e focar”.

  Previões péssimas:

  De acordo com Universisdade Elon e o Projeto Pew, que conduziram o estudo, a divisão entre os especialistas tecnológicos é perto de 50/50%. Muitos dos que responderam que a geração Y da internet tem vantagem mental temperaram essa opinião com avisos sobre o lado negro desse excesso de conectividade.
  “Enquanto eles disseram que o acesso às pessoas e à informação aumentou intensamente com a era da internet móvel, eles adicionaram que já estão percebendo deficiências na habilidade de foco de atenção dos jovens, de ser paciente e de pensar profundamente”, afirma Janna Anderson, da Elon. “Alguns expressaram preocupações de que as modas estão levando a um futuro onde as pessoas serão consumidores rasos de informação, e muitos mencionaram o livro de George Orwell, ‘1984’”.
  O livro citado descreve uma sociedade onde a informação é completamente controlada. Um dos que citaram o livro foi Paul Gardner-Stephen, da Universidade de Flinders.
“Poderes centralizados que podem controlar o acesso à internet conseguirão controlar muito as gerações futuras”, afirma Gardner-Stephen. “Será muito parecido com o ‘1984’, onde o controle foi atingido usando a linguagem para limitar e delimitar o pensamento, então os regimes futuros podem usar o acesso à internet para controlar o pensamento”.

  Otimismo online

  Muitos especialistas comentaram os talentos necessários para navegar na internet, e sugeriram que as pessoas que cresceram conectados vão se destacar.
“Não há dúvida de que o cérebro está sendo religado”, afirma Danah Boyd, pesquisadora da Microsoft.   “As técnicas e mecanismos para entrar no sistema de atenção rápida serão muito úteis para as pessoas criativas”.
  Outros especialistas afirmam que o uso da internet é como um “cérebro externo”, onde os fatos são armazenados, liberando espaço mental que vai além da memorização.
  “A tomada de lugar da memorização pela análise será o grande boom da sociedade”, afirma Paul Jones, um especialista em novas mídias da Universidade da Carolina do Norte.
  Mesmo que existam algumas diferenças de opinião entre os benefícios e os custos do aumento da importância da internet, os especialistas concordam que certas habilidades e talentos serão importantes para as gerações futuras. Entre elas estão: a habilidade de cooperação para resolver problemas; a de pesquisas efetivas por informação; a de sintetizar informações de várias fontes; a de se concentrar; e a de filtrar a informação útil do “ruído” da internet.
  “Existe uma preocupação palpável entre esses especialistas de que as novas divisões sociais e econômicas vão emergir entre aqueles que são motivados e ao mesmo tempo entendem das novas mídias”, afirma o coautor do estudo, Lee Rainie, deretor do Projeto Pew. “Eles pedem por uma reinvenção da educação púclica para ensinar essas habilidades e evitar os problemas de um estilo de vida hiperconectado”. [LiveScience]

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

INAUGURADA A TEMPORADA DE CAÇA AO PETRÓLEO BRASILEIRO

Por Paulo Metri, veiculado pelo “Correio da Cidadania”

   “Nos dias atuais, proliferam veículos, na mídia brasileira, que utilizam a desinformação. Como exemplo, surgem artigos, editoriais, notícias e entrevistas dizendo que 'as rodadas de leilão de áreas para produzir petróleo devem ser realizadas', 'a Petrobras não tem capacidade para explorar sozinha o Pré-Sal devido a suas limitações financeira, gerencial e tecnológica' e, para “ajudar o Brasil” a vencer essa dificuldade, 'as empresas petrolíferas estrangeiras precisam ser convidadas'.
   Nessas mensagens [afirmam que], para atraí-las, é necessário que as concessões do Pré-Sal sejam firmadas sob as regras da [dadivosa para estrangeiros] lei nº 9.478 [de FHC/PSDB/DEM], o que significa revogar no Congresso a lei 12.351 [de 2010], recém-aprovada, devolvendo o Pré-Sal à antiga lei 9.478 [de FHC].
   Trata-se de arrogância sem igual, típica de quem se acha imbatível. Para tentar convencer os leitores ou espectadores, supondo todos desatentos, lançou-se mão de inverdades, acreditando que ninguém vai contestar um grande jornal, revista semanal, rádio ou televisão. Arquitetaram, com grande esmero, o que pode ser chamado de a “temporada de caça ao petróleo brasileiro”. Felizmente, existem alguns sites, blogs e veículos digitais que estão dispostos a conscientizar a população e publicam novos dados e análises.
   Contudo, a mídia do capital, aquela que não prioriza a sociedade [nacional], às vezes comete erros, por partir do princípio de que o povo tem um baixo nível de compreensão política. Durante dez anos seguidos (de 1999 a 2008), existiram rodadas de leilões de áreas para exploração de petróleo. Nunca trouxeram para seus veículos uma voz que advogasse a não realização dessas rodadas. Em compensação, disseminaram matérias contando as supostas 'maravilhas das rodadas'. Os leitores ou espectadores atentos devem pensar: “Que estranho insistirem tanto em um mesmo ponto!”.
   Neste instante, eles querem ter acesso a algo, não necessariamente divergente, mas com diferente ângulo de visão, e não encontram, porque essas matérias só existem na imprensa alternativa. Mais cedo ou mais tarde, eles conhecerão os veículos livres, comprometidos com as causas sociais, e entenderão que a grande mídia é um braço camuflado do capital, principalmente o internacional.
   Na atual temporada de caça ao nosso petróleo, inúmeras matérias de comunicação satisfazem, sem serem explícitas, aos interesses estrangeiros sobre nosso petróleo. Se fosse rebater cada material divulgado, este artigo iria ficar longo e cansativo; então, comento a seguir as principais acusações dos detratores.
   Começo pela que diz que, "depois da descoberta do Pré-Sal, o Brasil, em vez de começar a exportar petróleo, está se distanciando da autossuficiência". Para explicar o que ocorre, é preciso desenvolver um raciocínio preliminar.
   A velocidade que o governo brasileiro impôs à exploração no setor de petróleo, com uma rodada de leilões por ano, de 1999 até 2008, foi do interesse único das empresas estrangeiras, que não têm petróleo em seus países de origem, e dos países desenvolvidos, que precisam do petróleo para mover suas economias. Se não forçassem a Petrobras a ter que participar de tantos leilões, mais recursos sobrariam para o desenvolvimento de campos e a autossuficiência estaria garantida há mais tempo. Por outro lado, em cada leilão que a Petrobras não participa e não ganha, há uma perda enorme para o país. Além disso, é preciso saber que, entre a declaração de comercialidade de um campo marítimo e o início da sua produção, são necessários, em média, cinco anos.
   Entretanto, estamos hoje bem próximos da autossuficiência, o que não ocorreria, com absoluta certeza, se em 1953 [com Getúlio Vargas] o projeto de interesse das petrolíferas estrangeiras tivesse sido aprovado. No nosso país, hoje, não existiria a Petrobras e a produção nacional seria mínima. As empresas estrangeiras não iriam para a plataforma continental quando a Petrobras foi, em 1974, pois a lógica do capital as levaria para a Arábia Saudita, o Iraque, o Cazaquistão e outros lugares promissores para o petróleo, como de fato ocorreu. Também, certamente ninguém saberia, hoje, da existência do Pré-Sal.
   É interessante que não se conta, para garantir a autossuficiência, com o petróleo produzido no país pelas empresas estrangeiras. De forma pouco soberana, raciocina-se que esse petróleo é delas e elas não têm a obrigação de abastecer o Brasil. Essa falta de lógica social é resguardada pela [antinacional] lei 9.478 de 1997 [de FHC/PSDB/DEM] e é parte do pensamento subserviente da década de 1990, que imaginava o Brasil como economia complementar à dos desenvolvidos, mero exportador de minerais e produtos agrícolas.
   Como boas críticas neoliberais, as matérias lembram sempre "os prejuízos da Petrobras no segundo trimestre de 2012". Ela teve prejuízo porque o governo determinou que segurasse o preço dos derivados, uma vez que os aumentos desses preços repercutem muito no índice de inflação. Não se pode beneficiar o cidadão brasileiro em detrimento dos dividendos maravilhosos que seriam dados aos acionistas? Não se pode fazer isso eternamente, mas, de vez em quando, se pode. Além disso, os acionistas [muitos estrangeiros] não vão ficar sem dividendos. Só não vão ter aqueles maravilhosos.
   Acusam gratuitamente as mudanças do setor porque "modificaram o sistema de royalties", fato catastrófico, porque desencadeou no Congresso disputa entre os parlamentares dos diferentes estados sobre a distribuição dos mesmos. É verdade que discutir o sistema de royalties foi catastrófico, mas o que os autores não percebem é que, mesmo que a lei 9.478 [de FHC] fosse utilizada para o Pré-Sal, os parlamentares iriam querer modificar seus artigos que estabelecem a distribuição dos royalties arrecadados. O que atraiu esses parlamentares a buscarem mudar essa distribuição foi a perspectiva de arrecadações milionárias desse tributo, quando o Pré-Sal entrasse em operação.
   Criticam a lei 12.351 [de 2010] por atribuir à Petrobras participação obrigatória de 30% em cada consórcio e por essa empresa ser a operadora única dos novos contratos do Pré-Sal, determinações essas que “seriam desnecessárias”, além de outros adjetivos pesados. Assim, transmitem a visão que nos desejam impingir, a qual favorece as empresas estrangeiras.
   A Petrobras ser a operadora dos consórcios é primordial, pois quem compra bens e serviços para as fases de exploração, desenvolvimento e produção é a operadora. E, dentre as empresas que atuam no Brasil, só a Petrobras compra aqui. As empresas estrangeiras ganharam áreas para explorar petróleo desde 1999 e, até hoje, 14 anos depois, nenhuma delas comprou uma plataforma no Brasil. Os 30% são explicados porque nenhuma empresa consegue ser a operadora com menos de 30% de participação no consórcio.
   Criar nova empresa estatal para gerir o programa, que também é motivo de crítica, é na verdade muito importante para, dentre outros objetivos, fiscalizar as contas de todos os consórcios.
   Finalizando: Os autores invariavelmente criticam o governo por procurar "viabilizar uma exploração do Pré-Sal que visa satisfazer a sociedade". Neste momento, dizem que “o governo tenta ressuscitar a ideologia nacionalista de outros tempos”.
   Buscam impor o conceito de que “nacionalismo é ruim”. E trazem, como única crítica ao nacionalismo, o fato de ser “de outros tempos”. Além de ser um preconceito contra o velho, chega a ser engraçado, porque princípios liberais estão nos [antigos] textos de Adam Smith (1723-1790).
   Aliás, seria bom reconhecermos que, graças ao nacionalismo, o Pré-Sal é nosso. Em primeiro lugar, porque o nacionalismo o descobriu. Em segundo lugar, porque foram visões nacionalistas de órgãos do governo brasileiro que lutaram para o estabelecimento da “Zona Econômica Exclusiva de 200 milhas”, onde se encontra mais de 90% do nosso Pré-Sal. E a conquistaram junto às Nações Unidas.”

FONTE: escrito por Paulo Metri e veiculado pelo “Correio da Cidadania”. O autor é conselheiro da Federação Brasileira de Associações de Engenheiros e do Clube de Engenharia. Artigo transcrito no portal “Viomundo”  (http://www.viomundo.com.br/denuncias/paulo-metri-inaugurada-a-temporada-de-caca-ao-petroleo-brasileiro.html). [Imagem do Google e trechos entre colchetes adicionados por este blog ‘democracia&política’].

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Ligado no ENEM - Crise econômica na Europa 2012


Ligado no ENEM - Comissão da Verdade

Ficheiro:Inauguration of the National Truth Commission.JPG

  Comissão Nacional da Verdade é o nome de uma comissão brasileira que visa investigar violações de direitos humanos ocorridas entre 1946 e 1988 no Brasil por agentes do estado.Essa comissão será formada por sete membros nomeados pela presidente do Brasil Dilma Rousseff e catorze auxiliares, que atuarão durante dois anos, sendo que no final desse período, publicarão um relatório dos principais achados, que poderá ser público ou poderá ser enviado apenas para o presidente da república ou o ministro da defesa. A lei que a institui foi sancionada pela presidente Dilma Rousseff em 18 de novembro de 2011 e foi instalada oficialmente em 16 de maio de 2012.
  A comissão terá o direito de convocar vítimas ou acusados das violações para depoimentos, ainda que a convocação não tenha caráter obrigatório e também a ver todos os arquivos do poder público sobre o período, mas não terá o poder de punir ou recomendar que acusados de violar direitos humanos sejam punidos. A comissão deverá colaborar com as instâncias do poder público para a apuração de violação de direitos humanos, além de enviar aos órgãos públicos competentes dados que possam auxiliar na identificação de restos mortais de desaparecidos.Também identificará os locais, estruturas, instituições e circunstâncias relacionadas à prática de violações de direitos humanos e também eventuais ramificações na sociedade e nos aparelhos estatais.
  A comissão, proposta em 2010, passou por diversas mudanças, principalmente para atender as queixas dos militares. O termo "repressão política" foi retirado do texto, a comissão atual prevê o "exame" de violações de direitos humanos, diferente da versão de 2010, que previa a "apuração" e além de englobar fatos ocorridos durante o regime militar no Brasil, que ocorreu ente 1964 e 1985, englobará fatos que ocorreram entre os anos de 1946 e 1988.

sábado, 27 de outubro de 2012

Geração dos rótulos - Deivison Pedroza





Por Deivison Pedroza

  Geração Y. Geração Saúde. Dos impacientes. Dos egocêntricos. Ou dos improdutivos?
Vários são os rótulos dados aos nossos filhos e que eles, sem o menor questionamento, acabam por incorporá-los. Talvez até se utilizem deles para se esconder.
Conceitualmente querem mudar o mundo, pois acham que nós e nossos pais não tivemos capacidade para fazê-lo.
   Querem ser o motor da grande revolução tecnológica e os precursores da reinvenção da globalização. E, diga-se de passagem, hoje tem todas as ferramentas nas mãos para alcançar esse objetivo.
Julgam-se com capacidade intelectual acima da média e rápidos o suficientes para fazer diversas coisas ao mesmo tempo – ouvir música, twittar, assistir TV pelo tablet, jogar, conversar ao telefone. E realmente são capazes disso.
   Mas, então, o que lhes falta? Tudo ao mesmo tempo, sem critérios, sem prioridades, sem uma real definição de qualidade. Quero, posso, desgosto, quero outro.
Uma geração que ama o discurso do politicamente correto, mas que não quer se frustrar com os resultados da prática.
   Uma geração da saúde. Das academias. Dos integrais. Das saladas. E dos lights. Mas que não consegue ir à padaria sem o carro.
   Que usa as redes sociais como artifício para não sair de casa e encontrar os amigos pessoalmente.
Pessoas com centenas de amigos virtuais e pouquíssimos presenciais.
Será que não lhes falta a simplicidade? Ainda acredito na cultura do menos com mais. Eles têm tudo e, na verdade, não tem nada.
   Passam o tempo fazendo mil coisas e, no final, perderam tempo fazendo nada.
Passam horas na academia e ganham tudo em triplo no fast-food.
Para essa geração do tudo e nada, proponho uma receitinha caseira, que seja para gastar um pouco de energia, ou apenas ocupar um pouco do tempo fazendo algo que seja mais útil para alguém. Que tal começar com:
1. Estender a roupa e desentupir a pia: 166 calorias
2. Esfregar o chão e dar banho no cachorro: 285 calorias;
3. Arrumar quarto e cozinhar: 150 calorias
4. Limpar a casa depois de uma festa: 150 calorias
5. Cortar a grama, subir e descer escadas: 470 calorias
  Desintoxicação virtual. Moderação tecnológica. Canalização de energias. Resgate da simplicidade. Ou apenas retomada de alguns dos valores de nossos pais. Para essa geração, proponho mais ação e menos rótulos para se esconderem. Afinal, se continuarmos adotando rótulos daqui a pouco a Geração Y passará a ser GG.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

O que você quer ser quando crescer ?


 Constantemente buscamos estas respostas, o problema é que quase sempre nos colocamos como crianças indefesas, transferindo ao mundo a responsabilidade por nossas conquistas ou pela inercia de nossas vidas.

Este vídeo mostra exatamente isso, o resumo de uma história que ainda não acabou. De uma criança " pobre" que começou do zero, que foi conquistando seu espaço aos poucos. EXPERIMENTANDO, FAZENDO, APRENDENDO. Um empreendedor de sucesso que vem conquistando seus proprios sonhos, desenhando seus proprios MOTIVOS para uma vida digna de ser contada.

Deivison Pedroza, autor deste vídeo, presidente da VERDE GHAIA e do Instituto Oksigeno, apresenta aqui atores reais, pessoas reais, e o resumo de uma história real que ainda não acabou.
Para quem encontra-se hoje, DESMOTIVADO, DESNORTEADO e INSEGURO com sua vida, assista este vídeo e mude seu destino. Saiba mais sobre o autor no site: http://www.deivisonpedroza.com.br

Empreendedor de sucesso no BRASIL e em outros Países. Fundador de várias empresas e de projetos sociais, um grande comunidador e um Palestrante apaixonado pelo que faz. Uma pessoa otimista com a vida e por novos desafios.

Você tem sonhado com o quê? Quais os seus planos para chegar lá? Quais os seus Valores? Quem é o Responsável pelo seu Destino? Saber estas respostas é só o começo!
Se gostar, não deixe de comentar e compartilhar. Vai fazer bem para muita gente!

terça-feira, 16 de outubro de 2012

O que foi o movimento punk?

por Victor Bianchin


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  Foi um estilo musical criado na década de 70 e a cultura ao redor dele. Surgiu em Nova York a partir de 1974, quando os frequentadores da casa de shows CBGB e da cena underground local (usuários de drogas, poetas de rua, transsexuais e outros) formaram e apoiaram bandas que se opunham ao pomposo rock progressivo de bandas como Yes, que faziam muito sucesso na época. No ReinoUnido, especialmente em Londres, o movimento ganhou versão própria, com bandas icônicas como Sex Pistols e The Clash. Por lá, o surgimento do punk coincidiu com um momento político delicado, o que contribuiu para que muitas bandas criticassem o governo em suas músicas. No começo dos anos 80, o gênero deu lugar à new wave e ao pós-punk como estilos predominantes de rock.
REBELDES COM CAUSA
Em oposição ao movimento hippie, o punk apoiava a individualidade e a independência
Passarela Irada
O grupo britânico Sex Pistols nasceu em uma loja de roupas, a Sex, e seu visual foi criado pela estilista Vivienne Westwood, que trouxe de Nova York as peças rasgadas, os rebites, os alfinentes e os toques eróticos. Essas tendências e o incentivo à individualidade estimularam os punks a bolar visuais únicos. Até os cabelos curtos eram um manifesto: opunham-se às longas madeixas dos hippies.
Juntando os gêneros
O punk abriu a cabeça dos roqueiros para outros estilos. O grupo The Clash, por exemplo, pegou elementos do reggae. Já o Television bebeu na fonte do jazz e o Blondie, da disco. Na mesma época se destacou o ska, fusão de rock e reggae. E a vibe comunitária favoreceu subgêneros influentes, como o hardcore e o psychobilly.
Enfrentando o sistema
O punk era influenciado, principalmente na Inglaterra, pelo movimento Situacionista e por ideaisanarquistas e socialistas. A maioria das bandas era formada por gente pobre, que não via futuro com as ações do governo. Superpolitizado, o The Clash apoiava os rebeldes do movimento Sandinista, da Nicarágua.
Presença feminina
Com sua política acolhedora, o estilo abriu espaço para as mulheres. Elas passaram a integrar e até liderar bandas – entre os nomes importantes estavam Patti Smith, Debbie Harry e as The Slits. Mas nem todos os adeptos eram tão inclusivose nem todas as bandas com meninas tinham discurso feminista.
Se quiser bem feito...
A política DIY ("do it yourself", ou "faça você mesmo") pregava que músicos e fãs não dependiam de grandes corporações.Dessa ideologia, surgiram as gravadoras independentes e os fanzines, que ganharam popularidade e respeito. O DIY se expandiu para a moda e para o design – eram comuns pôsteres, flyers e roupas feitos à mão.
Filho da anarquia
Os estilos que tomaram o lugar do punk derivavam dele. Mesmo alguns que surgiram muito depois, como o grunge (Kurt Cobain afirmava que sua banda, Nirvana, era punk). Ele também foi a base dos movimentos riot- grrrl e queercore, defensoras da inclusãode mulheres e gays na música. Hoje, ainda sobrevive como gênero musical e ideologia, embora com menos proeminência.
MÚSICAS ESSENCIAIS
The Clash - London Calling
Faixa-título de um disco histórico, London Calling tinha letra que punha o dedo na ferida dos britânicos
Sex Pistols – God Save The Queen
Reza a lenda que a própria Elizabeth II proibiu que essa música chegasse ao primeiro lugar da parada britânica
Ramones –Blitzkrieg Bop
Os Ramones foram a primeira banda propriamente punk e lançaram vários hinos como esse, do primeiro álbum
O gênero também influenciou a literatura e o cinema, ajudando a lançar artistas independentes, como o diretor Derek Jarman
Inspirado no visual de índios norte-americanos, o moicano começou a ser usado no final dos anos 70 e se tornou um símbolo da causa
- "Punk” era uma palavra que descrevia garotos de programa. Ela se consolidou como gênero musical com o fanzine Punk, lançado em 1976
- O movimento foi o berço das rodas de moshing, em que os membros do público se jogam uns contra os outros. Nos anos 80, surgiu a versão só com meninas.
NO BRASIL
No final dos anos 70, em plena ditadura, nosso país também criou sua cena punk, que começou em São Paulo e Brasília e depois se alastrou para outros estados. Como os discos estrangeiros eram difíceis de encontrar, os fãs gravavam fitas K7 e compartilhavam. Grupos como Cólera, Olho Seco e Aborto Elétrico seguiam o estilo e a sonoridade das bandas estrangeiras.

FONTES Livros The Encyclopedia of Punk, de Brian Cogan, e England’s Dreaming, de Jon Savage, e documentário Botinada – A História do Punk no Brasil, de Gastão Moreira

(Munde Estranho)

sábado, 13 de outubro de 2012

Uso consciente das Redes Sociais !

  Olá amigos !
  Nos últimos anos um público específico tem crescido a níveis estratosféricos no mundo da internet, os usuários da redes sociais.
  As redes sociais são endereços da web que vários usuários préviamente cadastrados acessam para discutir assuntos diversos, encontrar pessoas e publicar informações.
  Este tipo de serviço é relativamente novo e por cota disso muitas pessoas não sabem usá-lo, esquecendo o limite da parte pública à privada.
  É certo que certo que suas ferramentas possibilitam uma série de coisas boas como: manter relacionamentos distantes, formais ou afetivos, divulgação de eventos e publicação de artigos.
  Porém o seu mau uso pode ceder informações proveitosas à pessoas mal intencionadas, como sua localização ou bens.
  Certamente o solução para este problema não é o encerramento desses sites, pois prejudicaria muitas pessoas e intituições, mas sim o uso consciente de seus membros, para benefício mútuo.




segunda-feira, 8 de outubro de 2012

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Análise do debate !


 Olá amigos !
 Acabou à pouco o último debate entre os candidatos a prefeitura de Curitiba, e como visto não consegui me conter e resolvi aproveitar a insônia para escrever-lhes a respeito do show.
  Como já era de se esperar o debate teve lá seus momentos, tanto de agitação como de enrolação, mas o mais importante creio que pode ser tirado do encontro, que foi ouvir as propostas dos candidatos e avaliar a atual situação da cidade.
  Então para facilitar a leitura estarei deixando a minha opinião sobre cada candidato da maneira mais simples possível, apenas analisando os prós e contras de cada um. 

  Luciano Ducci, PSB -
  Prós: Com certeza a maior ferramenta que o candidato poderia usar (e usou) no debate é o seu conhecimento da parte orçamentária da cidade, devido o fato de ser o atual gestor, apresentando boas propostas de investimento sustentável para desenvolvimento progressivo.
  Contras: Demostrou-se muito esguio quando questionado sobre a criação de diversos cargos, para apadrinhamento de comissionados.

   Ratinho Junior, PSC -
   Prós: O que mais notou-se e deu prestígio a fala do candidato foi sua postura e fluência nas palavras, claro que acompanhadas por boas propostas, principalmente as relacionadas a obras de trânsito e cidadania, mas a que mais me surtiu efeito foi a de extrair energia do gás metano, assunto que falei na ultima postagem. 
   Contras: Demostrou pouco conhecimento no que diz respeito a administração das finanças municipais, prometendo coisas que parecem difíceis de se cumprir, para quem conhece um pouco melhor o orçamento municipal.

  Rafael Greca, PMDB -
  Prós: Assim como Luciano, usou a experiência de já ter sido prefeito a seu favor, relembrando dos benefícios que trouxe a cidade, como o memorial curitibano, farol do saber e a rua da cidadania, também foi disparado o candidato mais carismático e por que não engraçado do quinteto.
  Contras: Estava indo tudo muito bem, até que o candidato resolveu criticar o projeto do Ratinho de energia a partir do gás metano, demonstrando uma irrisória ignorância a respeito do assunto pensando se tratar de pura queima de lixo.

  Gustavo Fruet, PDT -
  Prós: Soube muito bem colocar os adversários em situações comprometedoras, fazendo o bom uso das palavras e trazendo bastante informações sobre os oponentes, em especial Luciano Ducci a qual os ataques foram mais constantes, também soube se defender muito bem quando necessário.
  Contras: Justamente por ter passado tanto tempo criticando os adversários, acabou falando pouco sobre seus projetos, e quando o fez apresentou propostas pouco sólidas e um tanto ilusórias.

  Bruno Meirinho, PSOL -
  Prós: Mesmo sendo um alvo menor a vista dos outros candidatos, soube se colocar muito bem quando requisitado, apresentando inclusive propostas melhores fundadas e de maior aproveitamento civíl, principalmente nos ramos da educação.
  Contras: Faltou presença de corpo no debate.

  Pois é amigos, isso foi por cima o que aconteceu no debate de hoje, mais notícias provavelmente já deve ter amanhã no site da RPC, por enquanto é isso, pode parecer clichê mas pensem bem no poder de seu voto, que domingo é o dia pessoal. 

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Suinocultura, um ás da sustentabilidade !


 Olá amigos.
 Primeiramente creio que lhes devo explicações pelo atraso das postagens e o excesso de "copy post" nessas ultimas semanas, bom, quem acompanha o NR a mais tempo sabe que trabalho em uma instuição de ação social (Instituto Pró Cidadania de Curitiba) e que em certas épocas me é requerido mais tempo e esforço (no momento o dia das crianças e a preparação para o natal), além de outras ocupaçãoes como auto escola e recentemente um preparatório para o temível ENEM, e foi justamente hoje durante a aula de biologia, ouvindo sobre energia sustentável que surgiu o nosso assunto do dia, como vocês devem deduzir pelo título  "A Suinocultura" lol.
  A suinocultura na sua forma mais simples nada mais é do que a parte da zootecnia que trata da criação de suínos para a produção de alimentos e derivados, muito bem implantada no Brasil diga-se de passagem, porém aqui a o foco de nosso estudo é a geração de energia através dela..
  Certamente se você nunca ouviu falar a respeito disto antes deve estar se perguntando, o que mesmo criação de porcos tem a ver com geração de energia ? Bom, vamos explicar... Na verdade a criação dos suínos em sí realmente não tem muito a ver com a geração de energia propriamente dita, mas sim o aproveitamento do escremento dos suínos para a sua fabricação.
   Os dejetos que sempre foram considerados grandes fontes de poluição, agora podem ser fontes de riqueza. “Uma granja de suínos, além de grande produtora de carne, pode constituir-se também em excelente produtora de energia, basta instalar um biodigestor, equipamento usado na produção de biogás, quem tem atuação parecida com a de um reator químico, só que usa como agente o gás metano gerado pela matéria orgânica, produzindo energia a princípio suficiente para a propriedade. Trocando em miúdos, o que antes era desprezado, agora pode ser inclusive fonte de renda.

  Sonhando alto:
  Se a matéria prima deste reator é o gás metano que sabemos ser derivado da matéria orgânica, então por que não usar todo tipo de matéria orgânica descartada na natureza para produzir esta energia ?
  Seria uma ótima ideia, pois além de ajudar na limpeza do meio ambiente estaria sendo gerada energia renovável e ainda ocorreria uma desaceleração do efeito estufa, já que o gás metano é duas vezes mais prejudicial ao clima global do que o Gás Carbônico, porém esta é uma alternativa relativamente nova e ainda com poucos investidores, ainda no ramos dos suinocultores estima-se que haja mais de dois mil biodigestores já implantados porém este número ainda é pequeno, se comparado com as mais de 700 mil propriedades que produzem suínos no território nacional.
  Por enquanto esta é uma das melhores alternativas para geração de energia limpa e renovável que temos no país, infelizmente ainda não forma uma parcela significativa no segmento, mas quem sabe um dia ? Pois como ja diz o ditado "Sonhar não paga imposto" mas por enquanto vamos parabenizar a iniciativa dos suinocultores geradores de energia.
 
  

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Homem é preso por tentar construir um reator nuclear em casa !


Experimentos nucleares são perigosos e restritos apenas a pesquisadores em universidades e grandes laboratórios, certo? Não é o que pensa o sueco Richard Handl. Ele foi preso após tentar dividir átomos em sua casa, construindo uma espécie de reator nuclear em sua cozinha.
Mantendo elementos como rádio, urânio e amerício em seu apartamento, Handl foi descoberto após enviar uma dúvida para o Sweden’s Radiation Authority, órgão sueco que controla atividades do gênero no país. No email, ele questionava se o que estava fazendo era ilegal ou não.
“Eu apenas queria descobrir se era possível ou não dividir átomos em casa”, explica Richard. Embora ele não tenha descoberto se isso é possível, o governo sueco não permitiu a continuidade do experimento e prendeu Handl. Se condenado, ele poderá pegar até dois anos de prisão.
Para quem quiser conferir como foi o experimento de Richard, ele mantém um blog pessoal onde explica tudo o que fez antes de ser preso.

Read more: http://apocalink.blogspot.com/2011/08/homem-e-preso-por-tentar-construir-um.html#ixzz27jDNKBNT

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Centenas de bombas da 1ª e da 2ª Guerra Mundial estão soterradas na Europa

por Fernando Duarte (texto), Denis Freitas (ilustra), Thiago Lyra (Design)
 

POBRES VAQUINHAS
Onde: Ypres, Bélgica.
A família Mahieu dorme com o inimigo: há menos de 40 m de profundidade no subsolo de sua fazenda há uma mina de 22,5 toneladas, plantada pela infantaria britânica como parte da Batalha de Messines, na 1ª Guerra Mundial, em que um festival de gigantescas explosões matou mais de 6 mil soldados alemães.
Atenção: Uma das minas belgas explodiu em 1955, depois de ser ativada acidentalmente por um raio.
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Veja este infográfico em tela cheia!
ENCALHOU
Onde: Sheerness, Inglaterra.
Desde 1944, o cargueiro Montgomery, dos EUA, permanece encalhado com 1,4 tonelada de explosivos num banco de areia na foz do rio Tâmisa. A área é monitorada 24 horas por dia, pois, segundo especialistas, uma explosão poderia até gerar uma minitsunami!

AEROPORTO EM PERIGO
Onde: Amsterdã, Holanda.
Atacado tanto pelos Aliados quanto pelos nazis na 2ª Guerra Mundial, o aeroporto de Schiphol virou outro “museu” de artefatos explosivos. Em 2008, obras num terreno próximo forçaram o fechamento de umadas pistas, depois de um trator encontrar uma bomba alemã de quase 300 kg.

AMEAÇA OLÍMPICA
Onde: Londres, Inglaterra.
A zona leste da cidade foi um dos alvos prioritários da força aérea alemã por causa de suas indústrias e seus portos. Em 2008, a construção do Parque Olímpico para os Jogos de 2012 foi paralisada após encontrarem uma bomba de 1 tonelada no local.
Atenção: Segundo estimativas, há pelo menos 20 mil bombas perdidas no Reino Unido, principal alvo das campanhas aéreas nazistas.

NEM PARIS ESCAPA
Onde: Paris, França.
Foram necessárias oito horas (além da evacuação de mais de 6 mil pessoas) para que especialistas desarmassem uma bomba britânica de 0,5 tonelada, descoberta por acaso na medição de um terreno baldio próximo à capital francesa. A explicação: lá funcionava uma fábrica de tanques tomada pelos nazistas na 2ª Guerra.

TODO MUNDO PRA FORA!
Onde: Koblenz, Alemanha.
Em dezembro do ano passado, uma longa estiagem baixou as águas do rio Reno e expôs duas bombas aliadas – a maior delas de 1,8 tonelada! Foi preciso evacuar cerca de 45 mil pessoas num raio de 2 km, incluindo pacientes de um hospital e detentos da prisão local. Ambas foram desarmadas.
Atenção: Na Alemanha, há até um departamento governamental só para lidar com o problema das bombas inativas.

UM ERRO E CABUM!
ONDE: Gottingen, Alemanha.
Nem sempre os casos têm finais felizes. Em junho de 2011, especialistas morreram enquanto tentavam desativar uma bomba aliada de 900 kg, encontrada em escavações próximas a um dos principais ramais ferroviários alemães. Aparentemente, aferrugem no detonador tinha tornado o artefato sensível demais.

UMA OFERTA EXPLOSIVA
Onde: Liberec, República Tcheca.
Três mil pessoas foram evacuadas de dois shopping centers depois de uma bomba de 100 kg ter sido encontrada numa obra das redondezas. A polícia local, curiosamente, optou por levar o artefato, de fabricação norte-americana, para uma base militar e evitar uma operação mais extensa na área.

TRABALHO EM EQUIPE
Onde: Innsbruck, Áustria.
As cerimônias de entrega de medalhas nos Jogos Olímpicos de Inverno da Juventude foram suspensas depois de uma bomba de 250 kg ter sido encontrada num canteiro de obras nocentro da cidade. Foram precisos quatro horas e 65 policiais para desarmá-la.
LÁ VEM BOMBA! Conheça alguns dos tiposde explosivo que tiverampapel fundamental nasduas Guerras Mundiais.
GRAND SLAM - Com quase 10 mil toneladas, foi a maior bomba aérea já fabricada. Provocava, literalmente,um pequeno terremoto para abalar estruturas.
TALL BOY - Outra obra da engenharia britânica, era da mesma famíliada Grand Slam, mas mais especializada em navios e submarinos.
BOUNCING BOMB - Criada pelos britânicos especialmente para quicar sobre a água antes de atingir o alvo. Ficou famosa por ser muito usada na campanha de destruição de represas na Alemanha.
COQUETEL KENNY - Apelido para a terrível bomba incendiária dos EUA que espirrava fósforo branco, uma substância que mata por queimaduras e intoxicação.
BOMBA PLANADORA - Criada pela engenharia alemã para permitir que aviões pudessem atacar de distâncias seguras, já que ela planava, em vez dedespencar verticalmente sobre o alvo.

(mundoestranho)

sábado, 22 de setembro de 2012

O GOVERNO FINANCIA A DIREITA [!?!]


Por Rui Martins

Berna (Suiça) - "Daqui de longe, vendo o tumulto provocado com o processo ‘Mensalão’ e a grande imprensa assanhada, me parece assistir a um show de hospício, no qual os réus e suspeitos financiam seus acusadores. O Brasil padece de sadomasoquismo, mas quem bate sempre é a direita e quem chora e geme é a esquerda.

Não vou sequer falar do “Mensalão”, em si mesmo, porque aqui na Suíça, país considerado dos mais honestos politicamente, ninguém entende o que se passa no Brasil. Pela simples razão de que os suíços têm seu “Mensalão”, perfeitamente legal e integrado na estrutura política do país [e efeito colateral da democracia "capitalista" em geral em todo o mundo].

Cada deputado ou senador eleito é imediatamente contatado por bancos, laboratórios farmacêuticos, seguradoras, investidores e outros grupos para fazer parte do conselho de administração, mediante régio pagamento mensal. Um antigo presidente da Câmara dos deputados, Peter Hess, era vice-presidente de 42 conselhos de administração de empresas suíças e faturava cerca de meio-milhão de dólares mensais.

Com tal generosidade, na verdade uma versão helvética do “Mensalão”, os grupos econômicos que governam a Suíça têm assegurada a vitória dos seus projetos de lei e a derrota das propostas indesejáveis. E nunca houve grita geral da imprensa suíça contra esse tipo de controle e colonização do parlamento suíço.

Por que me parece masoca [masoquista] a esquerda brasileira e nisso incluo a presidente Dilma Rousseff e o PT ? Porque parecem gozar com as chicotadas desmoralizantes desferidas pelos rebotalhos da grande imprensa. Pelo menos, é essa minha impressão ao ler a prodigalidade com que o governo Dilma premia os grupos econômicos seus detratores.

Batam, batam que eu gosto”, parece dizer o governo ao distribuir 70% da verba federal para a publicidade aos dez maiores veículos de informação (jornais, rádios e tevês), justamente os mais conservadores e direitistas do país, contrários ao PT, ao ex-presidente Lula e à atual presidenta Dilma.

Quando soube dessa postura masoquista do governo, fui logo querer saber quem é o responsável por essa distribuição absurda que exclui e marginaliza a sempre moribunda mídia da esquerda e ignora os blogueiros, responsáveis pela correta informação em circulação no país.

Trata-se de uma colega de “O Globo”, Helena Chagas, para quem a partilha é justa – recebe mais quem tem mais audiência! diz ela.

Mas isso é raciocínio minimalista! Então, o povo elege um governo de centro-esquerda e, quando esse governo tem o poder, decide alimentar seus inimigos em lugar de aproveitar o momento para desenvolver a imprensa nanica de esquerda ?

O “Brasil de Fato”, a revista “Caros Amigos”, o “Correio do Brasil” fazem das tripas coração para sobreviver, seus articulistas trabalham por nada ou quase nada, assim como centenas de blogueiros, defendendo a política social do governo e a senhora Helena Chagas com o aval da Dilma Rousseff nem dá bola, entrega tudo para a “Veja”, “Globo”, “Folha”, “SBT”, “Record”, “Estadão” e outros do mesmo time ?

Assim, realmente, não dá para se entender a política de comunicação do governo. Será que todos nós jornalistas de esquerda que votamos na Dilma somos paspalhos ?

Aqui na Europa, onde acabei ficando depois da ditadura militar, existe um equilíbrio na mídia. A França tem “Le Figaro”, mas existe também o “Libération” e o “Nouvel Observateur”. Em todos os países, existem opções de direita e de esquerda na mídia. E os jornais de esquerda têm também publicidade pública e privada que lhe permite manter boa qualidade e pagar bons salários aos jornalistas.

Comunicação é peça chave num governo, por que a presidenta Dilma não premiou um de seus antigos colegas e colocou na sucessão de Franklin Martins um competente jornalista de esquerda, capaz de permitir o surgimento no país de uma mídia de esquerda financeiramente forte ?

Exemplo não falta. Getúlio Vargas, quando eleito, sabia ser necessário um órgão de apoio popular para um governo que afrontava interesses internacionais, ao criar a Petrobras e a siderurgia nacional. E incumbiu Samuel Wainer dessa missão com a “Última Hora”. O jornal conseguiu encontrar a boa receita e logo se transformou num sucesso.

O governo tem a faca e o queijo nas mãos – vai continuar dando o filet mignon aos inimigos ou se decide a dar condições de desenvolvimento para uma imprensa de esquerda no Brasil ?

FONTE: escrito por Rui Martins, de Berna, Suíça. O autor é jornalista, escritor, ex-CBN e ex-Estadão, exilado durante a ditadura, é líder emigrante, membro eleito do Conselho Provisório e do atual Conselho de Emigrantes (CRBE) junto ao Itamaraty. Criou os movimentos “Brasileirinhos Apátridas” e “Estado dos Emigrantes”. Vive em Berna, na Suíça. Escreveu o livro “Dinheiro Sujo da Corrupção” sobre as contas suíças secretas de Maluf. Colabora com o “Expresso”, de Lisboa, “Correio do Brasil” e “agência BrPress”. Artigo publicado no site “Direto da Redação  (http://www.diretodaredacao.com/noticia/o-governo-financia-a-direita). [Trechos entre colchetes adicionados por este blog 'democracia&política'].

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

OS JUÍZES SUBORNADOS, A CORRUPÇÃO, A IMPUNIDADE E O COMÉRCIO DE VOTOS

“As campanhas eleitorais continuam sendo o império do dinheiro, e apesar de todas as iniciativas para reduzir a corrupção e fiscalizar o abuso do poder econômico nas campanhas, a compra massiva de votos e outras formas de corrupção eleitoral se mantêm. Há tempo suficiente e meios para se conseguir redução da compra de voto na maioria dos municípios.


Por Milton Pomar

IMPUNIDADE DE JUÍZES CORRUPTOS

Mal começou o ano, e um desembargador do Rio de Janeiro, ex-presidente do TRE-RJ, teve decretada administrativamente a sua aposentadoria pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), por corrupção. Esse é o jeitinho brasileiro de punir juízes, nas poucas vezes em que se consegue provar a corrupção cometida por magistrados. E essa é a maior pena da “Lei Orgânica da Magistratura”: [gorda] aposentadoria... Para perder o cargo e o salário, só se o juiz for condenado pela Justiça, algo muito raro no Brasil. E tão demorado, que a maioria dos processos acaba arquivada, por prescrição da pena.

Balanço do meio do ano dava conta que o CNJ condenara 32 juízes a ficarem em casa, com os (altos) salários garantidos até o final da vida. O último condenado em julho, em decisão unânime do CNJ, foi um juiz que vendeu uma liminar, em 2004 – cabe saber se, durante os oito anos em que esse processo se arrastou, até a sentença final do CNJ, o juiz acusado continuou atuando normalmente. Com certeza, o advogado de defesa recorrerá ao STF, o que protelará mais alguns anos a punição da Justiça.

Como se trata de juízes, e não de “políticos”, a mídia divulga escassas informações a respeito desses casos, dificultando que a população saiba da corrupção e impunidade existentes no Judiciário. Por isso, também, deixa-se de cobrar com a mesma intensidade desses funcionários públicos, como se faz com os demais dos legislativos e executivos nos três níveis. A atuação recente do CNJ, que passou a julgar juízes há quatro anos, e a sentença favorável a ele do Supremo Tribunal Federal, ao julgar “Ação Direta de Inconstitucionalidade” (ADIN) da associação dos magistrados, confirmando que o CNJ pode sim investigar juízes, anima, mas não é suficiente. Ainda falta reduzir a impunidade dos magistrados, algo que deverá ocorrer com a aprovação da “Proposta de Emenda Constitucional” (PEC), que permite ao CNJ demitir juízes, ao invés de apenas aposentar.

CORRUPÇÃO DE FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS

Outros avanços na esfera administrativa federal ocorreram nos últimos anos: a “Controladoria-Geral da União” (www.cgu.gov.br) expulsou quase três mil funcionários públicos por corrupção, desde 2003, e o seu “Portal da Transparência” bate recordes de visitas.

A legislação também avançou, com a “lei de Acesso à Informação” e a nova legislação eleitoral, mais rigorosa no controle do dinheiro. A CGU promoveu em maio a “1ª Conferência sobre Transparência Pública e Controle Social”, que recomendou ao governo federal 80 medidas para reduzir a impunidade e ampliar o combate à corrupção.

A boa notícia mais recente nessa área foi a da devolução aos cofres públicos de R$ 468 milhões, pelo ex-senador Luís Estevão, dono do Grupo OK e de uma fortuna estimada em R$ 20 bilhões, acertada com a “Advocacia Geral da União” (AGU), que considera essa a maior restituição em caso de corrupção do país. O “detalhe” é que essa espantosa quantia não é o total reivindicado pela Justiça, no caso do desvio de recursos da construção do prédio do Tribunal Regional do Trabalho na cidade de São Paulo, que teve a participação ativa do juiz que presidia à época o TRT-SP. Há mais R$ 542 milhões sendo cobrados pela AGU nesse caso, o que o coloca, em valores atualizados, na faixa de R$ 1 bilhão!.

CORRUPÇÃO ELEITORAL

Enquanto isso, no meio do povo, a compra de votos continua como dantes. As campanhas eleitorais continuam sendo o império do dinheiro e, apesar de todas as iniciativas para reduzir a corrupção e fiscalizar o abuso do poder econômico nas campanhas, a compra massiva de votos e outras formas de corrupção eleitoral se mantêm. “O que você vai me dar?”Essa é a frase mais ouvida por candidatas e candidatos a vereador(a) e a prefeito(a) em todo o Brasil, quando conversam com o eleitorado em busca de voto. Há variantes na terminologia, mas ninguém utiliza os termos “comprar” ou “vender” voto. Daí a razão da pesquisa do IBOPE, realizada em 2004, ter atestado que a “compra” de votos no Brasil era residual, o que levou ao estabelecimento da noção de que o problema existe, mas não é algo assim tão sério...

Agora em agosto, em pesquisa na cidade de Tubarão-SC, perguntamos sobre compra de votos. Quando indagado se tinha conhecimento de que há compra de votos, 45% dos entrevistados disseram “sim”; 26,6% “ouviu falar”, e 28% responderam que "não". Quase 30% já tinham recebido oferta de “ajuda”, e apenas 4% disseram ser correto votar em troca de “ajuda”. Quando perguntados se fariam isso, 7,6% disseram que "sim" e 3,1% “talvez”.

Eis a cultura política popular: apenas 4% admitiram abertamente ser correto vender o voto. Mas quase o dobro dessa parcela se dispôs a vender o voto ou talvez fazê-lo, totalizando 10,7%. E quase o triplo deles recebeu oferta.

Ora, uma prática conhecida por 71% do eleitorado não é algo residual. Outro aspecto a se considerar é que a compra ocorre com maior intensidade nos últimos 15 dias de campanha, o que explica porque em meados de agosto apenas 30% havia recebido oferta de compra. Até agora, o que mais tem ocorrido é a distribuição de vales-gasolina, materiais de construção e alternativas várias de troca por voto. No início de outubro se repetirão as cenas tradicionais da época: saques nos bancos de valores elevados, em notas de R$50,00; pessoas sentadas na frente das casas, nas madrugadas de sábado e domingo, 6 e 7 de outubro, à espera dos caminhões com as cestas básicas prometidas...

Quem faz campanha para vereador sem pagar pelo voto ou por qualquer outra coisa, sente o impacto da atuação mercantil sobre si o tempo todo, porque o eleitorado joga com as ofertas que recebe, e cobra de quem lhe procura pedindo o voto, se tem oferta melhor. Os “cabos eleitorais” repassam os pagamentos e “ajudas” aos eleitores em suas áreas de atuação. Eles são o elo a ser quebrado primeiro nesse sistema. Ainda que não seja uma verdade absoluta, porque há partidos com maior e menor envolvimento nessa lógica de funcionamento das campanhas e de todo o restante, esse é “o sistema” político brasileiro. Que acontece com muito dinheiro privado, a maior parte dele bancado por empresas atuais ou futuras fornecedoras de serviços e produtos para prefeituras e governos estaduais, ou que necessitam do executivo e legislativo para aprovar seus empreendimentos – o que explica campanhas tão caras em cidades com maior importância econômica.

Apenas no início, o sistema funciona com dinheiro privado. Na realidade, ele é feito quase todo com dinheiro público, via corrupção dos governos e legislativos, meio através do qual as empresas “doadoras” recebem de volta o que investiram. Resultam desse modus operandi vigente a corrupção e o tráfico de influência nos meios legislativo e executivo, atingindo também o Judiciário, conforme atestam as ações do CNJ. Registre-se que, até o início [e o fim] dos anos 90, pouquíssimo se fazia para combater a corrupção eleitoral no Brasil, e vez que outra se denunciava corruptos, raramente corruptores [como não se denunciou quem comprou os votos em 1997 para a reeleição de FHC e a manutenção do PSDB/DEM no poder]. A linha demarcatória pode ser estabelecida com a luta pelo impeachment do Collor. Depois, várias iniciativas importantes ocorreram, a começar da campanha "Combatendo a corrupção eleitoral", em 1996, da “Comissão Brasileira Justiça Paz” e da “Conferência Nacional dos Bispos do Brasil”. Resultaram dela a Lei 9.840 [de 1999, após o escandaloso crime em 1997 da compra de votos para permitir a reeleição de FHC e a manutenção do PSDB/DEM no poder], punindo a compra de votos, o “Movimento Contra a Corrupção Eleitoral” e a “Lei da Ficha Limpa”.

O “NEGÓCIO PREFEITURA”

Sabemos que há empresários e empresários, políticos e políticos, e partidos e partidos. Os bandidos nas empresas e na política associam-se para ganhar dinheiro público através de negócios privados com os entes públicos. A política é o meio de vida para esses empresários-políticos ou políticos-empresários. Eles fazem negócios com o poder público, e investem na eleição dos seus próprios representantes. Esse comércio gira somas enormes de dinheiro e, em 2012, o que está em jogo é o “negócio prefeitura”: as licitações de lixo, construções, obras e serviços diversos, compras, concessões, manipulações internas no IPTU, ITBI etc. A prefeitura de uma cidade com 200 mil habitantes e orçamento de R$400 milhões, terá a possibilidade de “gerar lucros” para uma quadrilha que nela se instale (ou continue) da ordem de R$40 milhões anuais ou mais. Ainda que esse número espante, há casos de desvio de valores muito maiores publicados na imprensa nos últimos anos.

Outras formas de corrupção que acontecem: o crime de concussão (achaque) de empresários por integrantes de governos, com “pedágio” para participar de concorrências e depois um percentual sobre os valores recebidos. Há também negociações para liberar pagamentos muito atrasados de fornecedores, tão atrasados a ponto de, às vezes, inviabilizar a empresa prestadora de serviços ou que vendeu produtos para a prefeitura; no desespero, a pessoa aceita entregar parte do que tem a receber.

ALMAS VENDIDAS

Parte expressiva do sistema político brasileiro se faz com votos e apoios comprados, daí ser natural a venda de votos e apoios pelos eleitos dessa forma. Grandes empresas contribuem para a eleição de parlamentares e executivos de diferentes partidos, em diferentes cidades e estados, evidenciando assim que elas o fazem não por concordância ideológica, política ou com as propostas dos candidatos e candidatas, mas por outros interesses. Praticamente, todas as grandes empresas agem assim, basta conferir os dados oficiais no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) – lembrando que, além desses valores oficiais, há mais os do “mundo dois”.

Exemplos impressionantes dessa contribuição eclética: a “VALE” doou para as campanhas de 46 parlamentares federais (equivalente a quase 8% do Congresso) e sete governadores em 2006; a siderúrgica CSN contribuiu com campanhas de 16 deputados federais, dois senadores e três governadores; e a “Camargo Corrêa” doou mais de R$90 milhões em 2010 para “n” candidaturas. Resultado direto do investimento empresarial em 2010 nos políticos do business: 70% dos deputados federais eleitos foram justamente os que mais arrecadaram, segundo matéria de 18 de outubro de 2010, do jornal “Valor Econômico”: 358 deputados eleitos foram os maiores arrecadadores em seus estados.

Pesquisar no site do TSE sobre os doadores das campanhas Brasil afora é algo chocante. Primeiro, por causa dos valores doados e dos montantes totais recebidos; segundo, pela aparente incompatibilidade entre doadores e receptores; e terceiro porque comprova, de maneira incontestável, que a democracia representativa no Brasil representa mesmo quem tem dinheiro, muito dinheiro, e que, para a absoluta maioria da população, as eleições no Brasil são uma grande farsa. O cinismo que move o sistema político-empresarial é de tal ordem que não se coloca óbice algum pelo fato de as prestadoras de serviços ou vendedoras de produtos para governos contribuírem com quem irá contratá-las mais adiante. E nenhum “doador” é considerado cúmplice da corrupção eleitoral, em que pese o fato de a maior parte do dinheiro utilizado nas campanhas ser justamente para comprar votos e pagar por atividades dos eleitores (fixação de placas e adesivos, distribuição de panfletos etc.).

IMPUNIDADE DAS GRANDES CORRUPTORAS

Provavelmente, esses aspectos não foram discutidos pelos participantes do Seminário Internacional “O Impacto da Corrupção sobre o Desenvolvimento”, realizado em um luxuoso hotel em São Paulo, dia 15 de agosto. Promovido pelo “Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial” e o jornal “Valor Econômico”, e com o apoio do “Banco Mundial” e “Confederação Nacional da Indústria”, o evento debateu os tratados internacionais que combatem a corrupção; o projeto de lei que responsabiliza as empresas em casos de corrupção; o projeto de lei que legaliza o lobby; a vulnerabilidade das instituições políticas brasileiras à corrupção; o quanto a corrupção prejudica o desenvolvimento do Brasil e as raízes e atitudes sociais da corrupção.

Pelos promotores do seminário, ficam evidentes as preocupações e os interesses em jogo. As entidades empresariais brasileiras não avançam no combate à corrupção porque não têm interesse algum de ir pra cima das suas associadas que corrompem. Em contrapartida, a prática nos EUA, de se fazer acordo financeiro com empresas, para encerrar investigações ou ações judiciais contra elas, com base na lei que trata das “Práticas de Corrupção no Estrangeiro”, contribui para aumentar a impunidade e a corrupção em escala mundial, porque as práticas ilícitas das empresas corruptoras são tratadas na lógica de que tudo tem o seu preço. A empresa corruptora é instada oficialmente a “corromper” as autoridades que a estão investigando!

CORRUPÇÃO ELEITORAL NOS EUA

A distância, nos EUA, entre o discurso e a prática, no combate à impunidade de corruptores e corruptos, é ainda mais reveladora quando se sabe que os juízes da Suprema Corte aprovaram o financiamento de campanhas políticas paralelas às eleitorais, em nome da “liberdade de expressão... das empresas” ! E “dos ricos”, ‘off course’: a decisão abre a quem tem dinheiro nos EUA à possibilidade de propagar suas ideias através de publicidade nos meios de comunicação de massa, sem limite de gastos. Hipocritamente, foi estabelecido um cordão sanitário, entre os candidatos dos partidos e esses esquemas endinheirados de propaganda, para que aqueles não recebam dinheiro destes...

CONTRADIÇÕES A RESOLVER NO BRASIL

Voltando ao povo brasileiro e ao comércio de votos nas eleições municipais deste ano, é contraditória a passividade da mídia, que faz tanto barulho para desacreditar os políticos de modo geral, mas não se dá ao trabalho de investigar as relações entre quem “doa” altas somas para campanhas, quem compra votos, e quem, depois de eleito, beneficia empresas que contribuíram financeiramente para sua eleição; entre as equipes de propaganda que trabalham nas campanhas e as agências e produtoras que vencem as licitações dos governos eleitos; entre a corrupção eleitoral generalizada, as doações, e a eleição de políticos bandidos.

Tudo se passa como algo “normal” – inclusive a postura diferenciada dos juízes, alguns bem rigorosos [apenas com determinados partidos que não sejam da direita] e outros como sempre. Muitos deles não se animam a investir contra as estruturas locais dominantes, mandando prender quem compra votos, frauda pesquisas e paga para mulheres serem candidatas para cumprir a cota feminina. Outro aspecto contraditório é o dos tribunais de contas e das câmaras de vereadores, que existem para fiscalizar e assim impedir e punir a corrupção. Um ex-prefeito (dois mandatos) de Tubarão-SC, que teve suas contas rejeitadas pelo Tribunal de Contas (TCE) por seis anos seguidos, e sucessivamente aprovadas pela câmara de vereadores, tenta, agora, novamente, ser prefeito da cidade.

Ora, se a rejeição das contas da prefeitura pelo Tribunal de Contas pode ser simplesmente invalidada pelas câmaras, de que adianta existir o Tribunal de Contas? E se esse Tribunal afirma em seus pareceres que um prefeito viola leis federais, ano após ano, como ele pode voltar a candidatar-se a um cargo público? Reduzir a corrupção nos governos municipais e câmaras de vereadores depende essencialmente da redução da corrupção eleitoral. E não é difícil, basta prender e mostrar na televisão e jornais quem foi pego comprando votos e quem deu o dinheiro para fazer isso.

O Ministério Público do Estado de São Paulo instalou em julho um disque-denúncia eleitoral, para receber informações sobre doações ilícitas, o uso da máquina pública e caixa dois nas próximas eleições [Essas informações serão usadas apenas nos casos que enfraqueçam o PT e a base aliada]. Por que nos outros estados também não foi feito isso? Depende da iniciativa de cada juiz? Por que não pode ser um procedimento padrão, para todo o país? Todos sabem, nos bairros pobres, quem é que leva o dinheiro, as cestas básicas e outras “ajudas” para as famílias que se comprometeram a votar em determinado candidato. Vereadores e prefeitos que se elegem com grandes esquemas de dinheiro e de compra de votos também são muito conhecidos, e há até a estimativa dos gastos de cada um.

CAMPANHEIRO

Acompanho eleições desde 1982, quando o Brasil retomou essa prática ainda muito limitada naquele ano pela ditadura militar. Comecei a atuar como “campanheiro” em 1986, e desde então trabalhei em quase uma centena de campanhas para vereadores, prefeitos, deputados etc., no RS, SC, BA e SP. Em todas as campanhas enfrentamos as práticas impunes da compra de votos e das fraudes em pesquisas, os gastos cada vez maiores em propaganda, a falta de investigação das polícias, a atuação de alguns juízes e veículos de comunicação nitidamente simpatizantes de esquemas locais e estaduais, e, em vários casos, verdadeiras quadrilhas nas prefeituras, com esquemas “públicos” de corrupção, com a marca famosa do “rouba, mas faz”.

Uma vez, quando constatamos através de pesquisa que o eleitorado avaliava assim o candidato adversário, que utilizava orgulhosamente o slogan “quem sabe, faz”, nós criamos o slogan “quem sabe e não rouba faz muito mais”. E ganhamos as eleições gastando menos de 10% do que esse adversário principal. Mas a realidade é que poucas vezes conseguimos ganhar desses esquemas pesados, e raríssimas vezes conseguimos provar compra de votos e ganhar na Justiça, como nos casos de Itapema e Quilombo (SC).

COMBATER A COMPRA DE VOTO JÁ!

Há tempo suficiente e meios para se conseguir redução da compra de voto na maioria dos municípios. A primeira providência é aceitar que o problema existe e faz diferença no resultado eleitoral. Aceitar também que não dá mais para conviver pacificamente com a impunidade de corruptores e corruptos. O dinheiro público que eles roubam, prejudica principalmente a parcela mais pobre da população, que é justamente a que eles utilizam para viabilizar a sua chegada ao poder no executivo e no legislativo. E como eles já pagaram pelo voto recebido, não têm mais nenhum compromisso com essas pessoas. Jogar luz sobre esse sistema, denunciar quem compra, conversar com quem vende para que mude de ideia, explicar para o eleitorado a lógica viciada das campanhas e como depois quem paga por isso são as pessoas honestas. Articular ofensiva via redes sociais e entidades populares e sindicais, igrejas, universidades. Cobrar a mídia. Cobrar parlamentares estaduais e federais e candidatos. Cobrar o Judiciário. Cobrar as empresas grandes doadoras. Investigar as finanças públicas das prefeituras nos tribunais de contas e no site do Ministério da Fazenda (www.stn.fazenda.gov.br). Denunciar para o Ministério Público e Controladoria-Geral da União o que descobrir sobre o que fizeram e estão fazendo na prefeitura da sua cidade.

A compra de voto é a responsável direta por obras realizadas com materiais inferiores e custos maiores; na demora de exames e na falta de profissionais de Saúde; na falta de recursos para infraestrutura e para melhorias nos bairros; nos salários baixos das professoras e professores da rede municipal; e por tudo que sempre é motivo de queixa da população. Porque a compra de voto é feita com dinheiro que é depois tirado da prefeitura, de alguma forma. Dinheiro que vai fazer falta na nossa vida e na cidade. Dinheiro que é seu, que é meu, que é nosso. Menos do bandido que comprou votos para se eleger.”.

FONTE: escrito pelo geógrafo Milton Pomar (campanheiro@hotmail.com) e publicado no site “Carta Maior”  (http://www.cartamaior.com.br/templates/analiseMostrar.cfm?coluna_id=5755) [Imagem obtida no Google, título, subtítulos e trechos entre colchetes adicionados por este blog ‘democracia&política’].
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