No dia 19 de Abril de 2012, cerca de 150 professores da UFPR compareceu ao Centro Politécnico em uma assembléia organizada pela Associação dos Professores da Universidade Federal do Paraná, onde foi tomada a decisão de que greve começaria no dia 15 de maio, tendo 70% de adesão entre os professores. O motivo da greve seria a falta do cumprimento, pela parte do governo, das promessas feitas no fim da paralização do ano passado. Também estaria sendo discutido o limite de 12 horas em sala de aula para realização de outras atividades acadêmicas.
“O mínimo que o governo federal estabelece é de oito
horas de trabalho e a média da universidade é de nove horas. O problema é que
essa divisão é desigual, há professores com 9 horas de sala de aula e outros com
28 horas. O ideal é que, em uma carga horária de 40 horas, o
professor tenha tempo para outras atividades como a orientação de alunos em
monografias, em mestrado, doutorado, preparação de aulas, pesquisa, entre
outros." , explica Rogério Miranda Gomes, secretário-geral da APUFPR.
No dia 25 de Abril, o ANDES-SN, governo e demais entidades do setor da educação se reuniram para dar continuidade aos acordos realizados em 2011, mas não obtiveram sucesso.
"O que se percebe é que o governo está cristalizado numa posição. Os argumentos se somam, convergem, mas a posição continua cristalizada na proposta anterior. Estamos avançando muito pouco, o debate é muito bom, mas na hora do fechamento, não se avança", disse Luiz Henrique Schuch, 1º vice-presidente do ANDES-SN.
Com a reunião, a greve foi "adiada" para o dia 17 de maio, já que não conseguiram chegar a conclusão alguma. Não há data prevista para o término da greve, e, até lá, os alunos ficarão com aulas desfaucadas em uma universidade que, para muitos, possui somente nome e pouco conteúdo.
Segue a carta enregue à população pelos professores durante uma das reivindicações em praça pública feita em Curitiba.
"Carta aberta à população de Curitiba
Servidores públicos federais vão às ruas para defender a melhoria da qualidade dos serviços prestados à população
A Constituição Federal garante a todos o direito a serviços gratuitos e de qualidade em áreas como educação, saúde, segurança, infraestrutura, previdência e em muitos outros serviços esseciais à população. Mas, como sabemos, a realidade está muito distante disso.
Vemos hoje a piora dos serviços públicos oferecidos, nao porque nós servidores públicos realizamos um trabalho ruim. Mas sim porque constantemente o serviço público tem sido sucateado pelo governo federal, em detrimento do investimento para ajudar grandes empresários deste país.
Somente em isenções fiscais, o Brasil já acumulou a quantia de R$ 105 bilhões concedidos exclusivamente para uma pequena parcela da população, que é justamente aquela que possui muito dinheiro.
Ao mesmo tempo, o governo federal anunciou em fevereiro de 2012 um corte no orçamento de R$ 55 bilhões. Valores cortados da saúde, da educação e de diversos serviços essenciais para a sociedade.
O governo não tem investido o suficiente para a melhoria dos serviços públicos. As contratações de servidores são insuficientes, e não chegam nem a repor o número dos que se aposentam. Com o tempo a qualidade dos serviços públicos tende a piorar ainda mais.
Atrás de melhores serviços, a população está sendo obrigada a buscar na iniciativa privada melhores condições de vida, tendo que pagar por aquilo que deveria ser gratuito. Isto está errado.
Defendemos o direito da população brasileira de ter acesso a serviços de qualidade, sem as longas e demoradas filas para atendimento.
Mas para isso o governo federal precisa investir no serviço público. A valorização do servidor público, com melhores salários e condições de trabalho, gera melhorias nos serviçoes prestados à população.
Essa falta de comprometimento e diálogo do governo federal está criando um grande movimento nacional, que pode causar uma greve no serviço público federal.
Nossa intenção é trabalhar em prol da população. Porém, entendemos que, infelizmente, a greve é a única saída quando não são colocados outros canais de negociação possíveis.
Por isso, chamamos a população brasileira a caminhar conosco nessa luta, para construir um país mais justo, sem que tenha que pagar para viver com dignidade."
Mais informações: http://www.apufpr.org.br/index.php
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