Até hoje, 22 anos depois do surgimento da internet, a indústria do entretenimento não conseguiu se adaptar a esse veículo de comunicação, quanto mais tentam barrar os internautas com leis, mais pessoas consomem músicas, filmes e seriados de tv de graça, através e downloads em sites e blogs, a confusão é tanta que a França quer punir todo o usuário que fizer download em sites ilegais com o bloqueio do computador, no Reino Unido um grupo de artistas se manifestaram contra uma lei que processa usuários que baixam musicas e filmes, no Brasil o Orkut foi obrigado a fechar a maior comunidade de troca de musicas por pressão de entidades que representam a industria fonográfica, os blogs que fazem legendas também estão na mira da justiça, apesar de todas as tentativas, os internautas afirmam que o download não é ilegal e já faz parte da cultura principalmente da juventude, afinal é crime baixar música e filmes ?
Como dito, esta é uma novela de dois protagonistas, os produtores e os internautas, os produtores alegam que o download não é nada mais que roubo de informação, neste caso musicas e filmes, e os internautas por sua vez, alegam que até comprariam as cópias originais se estas não tivessem um custo tão alto, e mediante a esta situação se vem obrigado a comprar produtos piratas, porém os donos da gravadoras alegam ser este o preço, por incluir os custos de produção.
Obviamente não podemos deixar de fora do debate, os fornecedores da matéria prima, que são os artistas. Na minha opnião a internet ajuda a democratizar este mundo, pois quantos são os casos de pessoas e bandas sem talento nenhum, que por jogada de marketing, fazem sucesso na mídia impressa e digital, ao passo que artistas inteligentes e talentosos, que passam boas mensagens em suas musicas e peças, permanecem no anonimato, por não terem padrinhos ligados a estas mídias torpes.
Se estes artistas fossem colocados nas mesmas condições, sobreviveriam aqueles que conseguissem melhores fãs, que por sua vez os promoveriam cada vez mais, aí sim trazendo a fama, por qualidade artística, e não por repetição nas rádios e emissoras, gerando uma maior variedade cultural.
E outra, a possibilidade de distribuição de músicas e vídeo sem o uso de um objeto de transporte seria a evolução da gravação, e a proibição desta prática estaria coibindo o avanço tecnológico, afim de manter uma industria em decadência , para que seus abastados donos não tenham perca de caixa.
Mas se você acha injusto com as gravadoras, a verdade é esta, é injusto mesmo, mas eles sabiam os riscos que corriam, pois são grandes "ases" no mundo corporativo, e este mundo é cruel e injusto, pois só sobrevive a industria que melhor se adapta aos novos ambientes e condições.
O problema é quando as coisas caem no esquecimento, ou já se esqueceram do que aconteceu na revolução industrial, com a aparição das máquinas, os trabalhadores do campo tiveram que largar uma vida estabilizada, e migrar para a cidade grande em busca de empregos já que os seus haviam sido tomados por colheitadeiras e outras máquinas, mas aí não houve debate nenhum se aquelas tecnologias deveriam ser aceitas, em vista de manter os empregos daqueles trabalhadores, não perguntaram a opinião deles, só os demitiram para deixar que a máquina fizesse o seu serviço, pois o custo era menor, por que é que agora que a tecnologia esta mexendo com o bolso dos grandes empresários está acontecendo toda esta discussão?
A diferença é que enquanto o pobre não tem voz, e os poderosos possuem megafones.
Aliás pra que proibir, se a pena fosse cadeia, o país não tem nem condições de manter os que já estão lá, e se a pena fosse multa, iria tudo para bolso dos corruptos mesmo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário