A polícia se apressou em dizer que “o local é cenário recorrente de acidentes de trânsito” – em outras palavras, o moço bem nascido não teve culpa. A culpa é do asfalto, da estrada, quem sabe do ciclista. Thor Batista não compareceu à delegacia.
Agora, segurem-se nas cadeiras para o mais absurdo: o carro chegou a ser recolhido para um pátio da Polícia Rodoviária Federal, mas foi levado pelo advogado de Thor, que prometeu deixar o veículo “sem modificações” e à disposição da polícia. Como assim, o advogado leva o carro embora e promete não modificar nada? Por que diabos esse veículo não ficou no pátio?
Outra curiosidade: “Thor havia abandonado o carro. Mas o jovem de 20 anos teria retornado em seguida para fazer o teste do bafômetro”. Quanto tempo depois é esse “em seguida”? O suficiente para diminuir o álcool no sangue?
E como ele abandonou o carro? Saiu correndo pela estrada ou alguém veio buscá-lo, para depois trazê-lo de volta? E se havia mais alguém no veículo, que também o “abandonou”, mas não voltou depois?
Mais uma informação curiosa: segundo o jornal O Globo, “Wanderson teve o braço e a perna arrancados e o peito aberto”. Se o carro não estava em alta velocidade, Thor certamente dirigia uma colheitadeira.
Se a justiça não pune nem um Ricardo Neis, quem dirá o filho do homem mais rico da América do Sul e dono da sétima maior fortuna do planeta. Em outras culturas, seu pai no mínimo daria uma declaração pública dizendo estar envergonhado do comportamento do filho.
A empresa EBX emitiu nota afirmando que a culpa foi do ciclista. Já a família da vítima diz que ele pedalava pelo acostamento, como fazia todos os dias para ir ao trabalho. Em quem será que eu acredito?
Fonte:http://vadebike.org/2012/03/filho-de-eike-batista-atropela-e-mata-ciclista-em-acostamento-de-rodovia/
Nenhum comentário:
Postar um comentário