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quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Romney foi criado para ser líder, diz biógrafo


Daniel Buarque Do G1, em São Paulo

  Desde que foi derrotado por John McCain nas prévias do Partido Republicano de 2008, o pré-candidato Mitt Romney começou sua campanha para tentar novamente ser presidente dos Estados Unidos em 2012.
  A ambição de chegar à Casa Branca, segundo o autor de sua mais recente biografia, vem desde cedo e é resultado da formação de Romney, que foi criado e educado para se tornar um líder.
  O resultado deste trabalho é que o pré-candidato venceu as duas primeiras prévias do partido neste ano, em Iowa no início de janeiro, e em New Hampshire nesta terça-feira (10), e vem se consolidando como favorito para enfrentar o presidente democrata Barack Obama nas eleições presidenciais, em novembro.
  “Romney nasceu dentro da política e foi doutrinado de que é preciso trabalhar para servir sua comunidade e seu país”, disse ao G1 R.B. Scott, autor de "Mitt Romney - An inside look at the man and his politics", lançado recentemente nos Estados Unidos.
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  Segundo ele, a família do pré-candidato é muito proeminente na política americana. "Eles são muito tradicionais. Seu pai [George w. Romney] foi diretor de uma grande empresa, governador de Michigan e chegou a ser candidato a presidente em 1968, mas não ganhou", disse.


  Foi assim que Romney se formou para fazer parte da política americana. Após estudar direito na prestigiosa universidade Harvard, ele trabalhou no mercado financeiro, dirigindo a Bain Capital. Foi ali que fez a fortuna que o ajudou a entrar na política e que desenvolveu sua postura conservadora de defesa da iniciativa privada. Em 1993, ele se candidatou ao Senado, concorrendo com o democrata Ted Kennedy por uma vaga no Poder Legislativo. Ele perdeu e voltou a trabalhar no mercado financeiro, mas saiu da disputa com uma votação expressiva, o que o impulsionou a continuar na política.
  Em 2002, depois de trabalhar nas Olimpíadas de inverno de Salt Lake City, Romney foi nomeado candidato republicano ao governo de Massachusetts. "O estado normalmente fica alinhado ao Partido Democrata e tem tendências mais liberais na política americana, mas ele ganhou assim mesmo", explica Scott. Deste trabalho na administração do Estado onde vive uma das maiores comunidades brasileiras nos Estados Unidos, Romney partiu para a política nacional. "Ele foi pré-candidato à Presidência em 2008, e chegou perto de vencer. O problema é que ganhar a candidatura do partido pode ser mais difícil que ganhar a própria eleição. Os republicanos estão divididos e há muita disputa interna no partido."
 
  Ataques de campanha  Scott diz que “ficaria surpreso, se Romney não vencesse as prévias republicanas”. Indo mais longe, o biógrafo diz acreditar que até o começo de fevereiro a disputa republicana já deve ter sido definida em favor de Romney. "Se ele for nomeado, ele logo vai ter apoio de todos os republicanos. O apoio de McCain, na última semana, já foi um sinal disso", explicou.
  Isso pode acontecer, entretanto, em detrimento dos fortes ataques que a campanha de Romney vem sofrendo durante as prévias. Por estar à frente segundo as pesquisas de intenção de voto, é sobre ele que se concentram os principais ataques dos concorrentes pela vaga de candidato a presidente.
  Os principais ataques dos concorrentes à campanha de Romney são relacionadas a sua atuação econômica, sua religião e até mesmo sua simpatia. Como empresário, Romney conseguiu formar um patrimônio considerável, e é um dos políticos mais ricos do partido. Além disso, ele é mórmon, ligado à Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, uma religião pouco conhecida e mal-compreendida, o que gera críticas - por mais que ele evite discutir a questão em público. Por último, Romney também tem que superar uma barreira de empatia com sua personalidade. "As pessoas simplesmente não gostam dele, não o aceitam facilmente”, disse Scott.

  Contra Obama  Caso Romney confirme seu favoritismo dentro do partido, vencer Obama vai ser muito mais difícil, Scott acredita. "A disputa entre Obama e Romney vai ser muito interessante. Os dois candidatos estão mais próximos do centro no espectro político, e são duas pessoas muito inteligentes, que buscam trabalhar a união entre os partidos. As eleições podem dar fim à guerra entre democratas e republicanos no Congresso, dando fim à loucura que foram os últimos 4 anos. Vai ser uma boa eleição para o país."
  Apesar das dificuldades que o candidato pode enfrentar na eleição, Scott ressalta que, entre os pré-candidatos republicanos, ele é o único que tem chances de vencer. "Ele é o único que pode derrotar Obama."

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