Moore já havia se pronunciado que estava contente em ver o símbolo que ajudou a criar se espalhando pelo mundo, e com o propósito que tem. Mas o jornal The Guardian ligou para o barbudo para saber mais do que ele pensa sobre a máscara hoje – que há poucos dias virou um pôster de Shepard Fairey, o artista que ficou famoso com cartazes para a campanha presidencial de Barack Obama, questionando se o presidente apoia o Occupy.
Diferente de Frank Miller, Moore sempre tendeu notoriamente para as políticas de esquerda, o que o torna simpático aos movimentos que vêm utilizando a máscara. “Acho que quando estava escrevendo V de Vingança, lá nas profundezas do meu eu, posso ter pensado: não seria ótimo se estas ideias tivessem algum impacto? Então quando você vê essa vã fantasia entrar no mundo real… É uma coisa peculiar. Parece que um personagem que criei há 30 anos deu um jeito de escapar da ficção.”
Moore disse que começou a ver a máscara sendo utilizada em protestos de rua em 2008, pelo grupo Anonymous. Na época, achou que ela era interessante para os manifestantes protegerem sua identidade contra a Igreja da Cientologia, “já que eles são conhecidos por processar todo mundo”.
Mas te pensa diferente: “Ela transforma os protestos em performances. A máscara é dramática; cria uma sensação de aventura. Manifestações, marchas, são coisas que podem ser bem cansativas, exaustivas. Desanimadoras, até. Precisam acontecer, mas isso não quer dizer que são divertidas – e deveriam ser. (…) [Com as máscaras,] parece que esse pessoal está se divertindo. E a mensagem que passam com isso é muito forte.”
Quanto ao fato da máscara ser um produto licenciado da Warner Bros. – a corporação dona da DC Comics e que retém os direitos sobre V de Vingança, e que segundo o Guardian vende mais de 100 mil máscaras por ano -, Moore diz adorar a ironia. “É meio vergonhoso para uma corporação tirar lucro de protestos anti-corporativos. Não é uma coisa à qual eles gostariam de ser associados. Mas eles não são do tipo que negam dinheiro – vai contra o instinto deles. Vejo mais graça do que aborrecimento nisso.”
Enquanto David Lloyd já participou de uma manifestação em Nova York para ver as máscaras que desenhou em uso, Moore diz que seria “meio estranho, não?” ele vestir uma máscara de V. Mas apoia os movimentos: “Provavelmente seria melhor as atuoridades aceitarem esta nova situação, que é a história acontecendo. A história acontece em ondas. Geralmente é melhor pegar a onda, não tentar fazer ela voltar. Espero que os líderes mundiais percebam.”
Fonte: omelete.uol.com.br
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