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sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Banqueiros e Politicos - Uma aula de economia, (como ser um milionário).


  Sou um cidadão comum. Não me venha com essa de crise econômica, com baixa nas bolsas de valores, com especulação, muito menos ainda com mercado financeiro. Nem sou rico e nem sou pobre; sou tão somente o Seu Zé Ninguém e não tenho dinheiro para essas coisas de ricos.
  Se você pensa assim está redondamente enganado. Todos, rico ou pobre, temos que nos preocupar com estas 'coisas de ricos', antes que elas venham acabar com a sua vida financeira e o seu sustento, que estão seriamente ameaçados pelas tais crises econômicas que se repetem a cada ano.
    
Ações

 Tudo começou com as tais 'ações', que são papéis negociáveis nas bolsas de valores e teve início na Suécia em 1288 e ao longo dos séculos foi tomando corpo. Mas, o que é mesmo a 'ação'?
  Vamos entender melhor neste exemplo: suponhamos que você decida criar uma fábrica para a produção de mesas. Para isso, naturalmente, precisará de capital, pois terá custos com matéria-prima, maquinário, pessoal especializado, instalações e outros. Ainda, terá que ter dinheiro vivo para sobreviver os meses em que ficar sem faturamento. Nesse projeto o investimento inicial seria de R$ 100 mil.
  Anos depois, você vai muito bem obrigado com a sua fábrica, embora fabricando somente umas 10 mil mesas por ano. Lucrando pouco, mas firme e forte. Só que alguém lhe dá a ideia de transformar o seu negócio num grande sucesso de produção de mesas, passando a produzir um milhão de mesas por ano. E que ainda tem um político, que em muito pode ajudar. Você se apaixona pela ideia, só lhe falta o capital para elevar a produção de 10 mil para um milhão de mesas.
  Ora, quando se precisa de dinheiro, o banco é o local certo a se procurar. Mas, quem produz 10 mil e repentinamente, quer produzir um milhão de mesas, o banco fica desconfiado e só empresta com garantias e juro altíssimo. Portanto, esqueça a ideia de empréstimo bancário, pois provavelmente não terá sucesso.
  Mas, aí vem a 'ação' como num passe de mágica. Pois, para produzir o milhão de mesas se faz necessário um investimento ao nível de R$ 100 milhões e você só tem R$ 100 mil de patrimônio. Aí, você lança na bolsa de valores R$ 100 milhões em ações de sua fábrica. É a maneira mais barata de conseguir capital e relativamente rápido.

Patrimônio Virtual

  Pois é, você tinha R$ 100 mil em patrimônio e agora, num passe de mágica, você passa a ter R$ 100 milhões e, naturalmente, mais os R$ 100 mil que tinha antes. Só que, apenas os R$ 100 mil iniciais são verdadeiros, o resto é virtual, ilusão.

  Mas, não esqueçamos o político anteriormente citado. Bem, o tal político tem uma 'Consultoria' daquelas que transforma o seu patrimônio à proporção de 20 vezes mais. E o tal político-consultor lhe garante uma compra não de 1 milhão, mas de 20 milhões de mesas, pois já tem um Ministério 'na mão', que vai comprar toda essa montanha de mesas.
  Pronto, agora você só precisa de alguém que coloque essa 'contratação' milionária nas bolsas de valores. E suas ações pulam em 'valor de mercado' dos R$ 100 milhões para, no mínimo, R$ 2 bilhões, ou seja 20 vezes mais.
  Recapitulando: você possuía um patrimônio real de R$ 100 mil, lançou R$ 100 milhões em ações de sua fábrica e agora essas últimas, com o tal boato e o tal político-consultor, passaram a valer R$ 2 bilhões. Parabens, você é um empresário de sucesso e já é o mais novo bilionário do pedaço. Simples e fácil; bastou uma ideia, um político-consultor, um boato, cara e coragem e ainda, uma bolsa de valores.

Os Bancos

  E se o bicho pegar, acontecer algum acidente de percurso e você não conseguir a contratação de 20 milhões de mesas pelo dito Ministério? Então o prejuízo será grande, pois você só pode 'responder' por R$ 100 mil, que no 'mercado' estão valorizados em R$ 2 bilhões. Nesse caso, quem fica com o prejuízo de quase R$ 1,9 bilhões?
  Até há uns cem anos atrás, quem ficava com o prejuízo eram os bobos que acreditaram no boato, quero dizer, na estória, como aconteceu na quebra de 1929, em Nova York.
  Mas, de um bom tempo para cá, os bancos começaram a 'entrar' no negócio de ações. Todavia, banco é alérgico a prejuízo, entretanto tem os governos 'na mão'. Portanto, quando o bicho pega, quem paga essa conta é você, o Seu Zé Ninguém, que nem é rico e nem é pobre, e que não tem dinheiro para brincar com essa coisa de rico.
  E como isso pode acontecer?
  Isso é um absurdo! Reclamaria você acobertado de razão. A resposta é simples. Esses prejuízos são de porte bilionário e, como dito, os bancos não assumem qualquer tipo de prejuízo, para isso 'elegem' uma boa maioria nos parlamentos para aprovarem o famoso 'bolsa banqueiro'.
  Dessa forma, quando a bolsa de valores ou o mercado financeiro (que é o conjunto de todo esse mundo virtual e de enganação financeira) entram em crise, os governos acodem com o 'bolsa banqueiro', que é, nada mais, nada menos do que você pagando o prejuízo dos outros, através de impostos. E se o governo não 'ajudar', então eles ameaçam com colapso total, desemprego generalizado e falência de milhares de grandes empresas. Não tem governo que resista.

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